terça-feira, 31 de maio de 2011

Valiosas abóboras

Quando a caderneta de poupança e outras aplicações eram melhor do que pescar de bomba,  o  Café São Paulo, tradicional ponto de encontro de pecuaristas de Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, vivia lotado e diversos tipos de assunto rolavam o dia todo.
Lá um dia, um fazendeiro diz  pro outro:
- Rapaz, o vaqueiro da fazenda descobriu centenas de abóboras numa baixada lá que eu não andava faz tempo. Eu tenho que dar um jeito de ganhar alguma coisa. É abóbora demais...
Perto dos dois, um terceiro pecuarista ouviu a conversa e, à noite, telefonou para a casa do dono das abóboras, se identificou com um nome falso, e disse que tinha interesse em comprar tudo.
- Veja quantas tem, e o preço que o senhor faz. Não precisa se preocupar com o frete, porque tenho caminhão – disse o pretenso comprador.
O fazendeiro ficou todo animado e partiu pra fazenda logo de manhã cedo, pra providenciar contar as abóboras e fazer os cálculos de quanto poderia ganhar.
À noite, o comprador ligou novamente:
- E então, quantas abóboras o senhor tem?
- Home, deu um trabalho retado contar, mas o vaqueiro disse que dá dois caminhões...
- E o preço?
O dono das abóboras, entusiasmado com o negócio, disse um valor até um pouco acima do mercado, prevendo uma pechincha. Mas o comprador fechou na hora, não tirou um centavo.
- Bom, fechamos o negócio, amanhã volto a ligar pro senhor só pra acertar o dia preu pegar as abóboras. Um abraço – selou o comprador.
O fazendeiro começou a fazer planos com o dinheiro, poderia aumentar a poupança e, claro, a rentabilidade.
Dia seguinte, na mesma hora, à noite, liga o comprador:
- Chefe. Tudo certo. Vou amanhã buscar as abóboras. Vamos nos encontrar no Café São Paulo, logo de manhã, porque aí lhe pago logo.
- Gosto de fazer negócio com homem assim, de palavra! – comemorou o fazendeiro.
- Mas, chefe, precisamos só acertar um detalhe...
- Qual?
- Só quero as abóboras se forem cozidas!!!            
         

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