Nem só os franceses têm o hábito de ter amantes. No nordeste brasileiro, há alguns anos, ter uma rapariga era de certa forma encarada normalmente pelas famílias.
Ontem, último domingo do mês, me lembrei de uma história interessante.
Início da década de 70. Vizinha à nossa casa morava a família de Genário Damião. Não me recordo muito bem, mas o casal tinha uns cinco ou seis filhos.
Seu Genário tinha uma casa funerária, a Cosme e Damião, que virou uma rede em uma década.
A família original dele, nossa vizinha, morava no bairro Alagoinhas Velha. Mas lá no Barreiro, um bairro do outro lado da cidade, Seu Genário tinha outra família, com uma amante, ou como se chamava naquela época, uma rapariga.
E uma família sabia da outra. E todos viviam tão harmonicamente que, todo domingo, Seu
Genário pegava a família original e rumava para o Barreiro, para passar o dia com a outra.
Era aquela tradicional confraternização de família aos domingos. Com todos os filhos, crianças e adolescentes, e Seu Genário, o agente funerário cheio de vida!
Deve ter enterrado a vergonha dentro de um dos caixões que vende.
ResponderExcluirAna Bolena