A morte do deputado

Década de 70. O slogan do jornal A Tarde, o mais influente da Bahia,  era “Saiu na Tarde, é verdade”.

O deputado Oscar Marques tinha uma fazenda nas margens do Rio Paraguaçu, o maior rio baiano.

Lá um dia, “Oscar Tabaréu”, como era apelidado, estava atravessando o rio, num barco, com o vaqueiro da fazenda. Era temporada de grandes chuvas, o rio estava cheio, descia com mais força.

Estava praticamente escuro quando os dois faziam a travessia e, de repente, o barco virou. O vaqueiro e o deputado desceram levados pela correnteza. O vaqueiro conseguiu chegar numa das margens, mas “Oscar Tabaréu” sumiu rio abaixo.

Virou a noite, nada do deputado. A notícia ganhou mundo e A Tarde deu manchete principal, anunciando a trágica morte de Oscar Marques, parlamentar, dono da Rádio Cultura, distribuidor de bebidas e um grande folião da Micareta de Feira de Santana.

Foi uma das maiores barrigadas da imprensa baiana. “Oscar Tabaréu” também conseguiu escapar da força do Paraguaçu. Só que bem distante do local da virada do barco. Naquela época, não havia celular e ele demorou pelo menos mais um dia pra conseguir fazer contato com familiares e informar que estava vivo.

Lembrei dessa história quando recebi o convite do companheiro Girlano Guirra para o Oscar Folia 2011, promovido pela revista Alternativa, que acontece dia 17, pontualmente a partir das 19 horas, no Centro de Cultura Amélio Amorim.

O nome do troféu, que escolhe os melhores da Micareta, é uma homenagem a “Oscar Tabaréu”.

Uma homenagem que imortalizou o folião e deputado!