domingo, 22 de maio de 2011

O dia de "Buraco doce"

Domingo é dia de leseira. De uma gelada, ou de uma quente.

Um domingo de garoa é bom pra refletir. Sobre o que você quiser. O fato é que garoa faz a gente refletir, ficar com os olhos no vazio, lá no horizonte. Não sei por que essa relação entre a chuva e a reflexão.

Lembro dos meus domingos da infância. De manhã cedo, a missa, obrigatória, pois do contrário não iria ao baba logo depois da reza.

À tarde, o cinema. Bom demais! Antes do filme, trocar revistas em quadrinhos na porta.
O cinema era especial dia de domingo porque passavam dois filmes, pelo preço de um.

Para os garotos um pouco mais velhos, aqueles já com 14, 15 ou 16 anos, havia uma atração a mais no cinema aos domingos, só que bem real: “Buraco doce”.

“Buraco Doce” era o apelido dela, a galega, magra, já com uns 25 anos. Ali mesmo, nos fundos do cinema, acontecia a sessão pornô desses garotos mais velhos. Muitos iniciaram a sua vida sexual com ela.

Quando eu cheguei na idade da sessão pornô, “Buraco Doce” já havia passado dos 30 e, foram tantas as sessões na vida dela, que se aposentara carcomida por uma gonorreia  que deve ter dado lucro a muito dono de farmácia em Alagoinhas, a terra da minha infância.

E o domingo sempre começava na missa...         

Um comentário:

  1. KKKKK...já aprendiam desde cêdo a assinar o ponto na igreja primeiro,coisa qua a maioria das beatas fazem a´vida inteira, com a cabeça(de cima) em outro lugar,rs...
    Acho que precisamos de dias assim prá essas lembranças, e nem sempre tão agradáveis, mas necessárias.
    Joana D'Arc

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