Em todos os debates políticos em que atuei como mediador na TV Subaé, afiliada da Rede Globo em Feira de Santana, um deles foi especialmente marcante nos acontecimentos de bastidores.
Foi em 1996, quando o segundo turno das eleições municipais era disputado por José Falcão da Silva, na época um experiente político de dois mandatos de prefeito e um de deputado federal, e Josué Melo, um pastor evangélico estreante na política-partidária.
No ar, Falcão começa uma guerra psicológica quando se recusa a fazer perguntas a Josué. Estava previsto no script que um candidato teria direito a fazer um certo número de perguntas ao outro e vice-versa.
- Não vou perguntar nada ao pastor – repetia José Falcão cada vez que eu lhe passava a palavra.
De repente, a partir do meio do debate, José Falcão aumenta a “guerra”: cada vez que entrava um intervalo comercial, ele olhava fixamente para Josué Melo e ficava com um sorriso bem sarcástico de canto de boca.
No último intervalo, antes do chamado “pinga-fogo”, Falcão foi mais longe na provocação:
- Tá nervoso, pastor? Agora, vai começar o pinga fogo e você parece que tá nervoso, pastor!
Josué Melo fazia de conta que não estava ouvindo nada, enquanto eu me esforçava para manter a linha de mediador, me controlando pra não rir da sagacidade de Falcão.
José Falcão foi eleito prefeito de Feira de Santana pela terceira vez.
interessante esse relato meu bom velhinho
ResponderExcluirE você, colocou mais lenha na fogueira? Mas quem mais gostou deve ter sido o povo que gosta de ver "sangue",rs...
ResponderExcluirMas que prazer o seu de gostar de ser chamado de "velhinho",rs...
ResponderExcluirVamos combinar, essa atitude de Falcão foi bem antipática e nada condizente prá alguém que se garante. Mas o povo...êle venceu, né?
Lena